Disciplina Planejamento Conflitual 2017
Programa de Pós-Graduação em Planejamento Urbano e Regional – IPPUR/UFRJ
Disciplina: Planejamento Conflitual
Professores: Carlos Vainer e Fabricio Leal de Oliveira.
Período: 4o bimestre / 2017
Horário: 4as feiras, 13:30 hs às 17:30 horas
APRESENTAÇÃO
É nos conflitos cotidianos, e não apenas, nem principalmente, nas explosões e crises, que podem ser encontradas e lidas as dinâmicas sociais por meio das quais falam nossas cidades.
Os conflitos podem, inclusive, inspirar novas formas de conceber e implementar políticas e planos. A abordagem que lê a cidade a partir de sua conflituosidade oferece um conjunto de conhecimentos que pode informar e sustentar um novo tipo de intervenção planejada, pleno de potencialidades que designamos de Planejamento Conflitual. Como teoria e perspectiva, como conceito, metodologia e prática de planejamento urbano, o Planejamento Conflitual concebe e aciona o conflito social como fundamento, informação e dinâmica sobre os quais, e a partir dos quais, se constroem políticas, planos e projetos. E, também, talvez sobretudo, sobre os quais, e a partir dos quais, se constrói um novo sujeito planejador – um coletivo social.
A disciplina “Planejamento Conflitual” pretende apresentar e discutir as referências teóricas e metodológicas do planejamento realizado em contexto de conflito social, assim como experiências de planejamento desenvolvidas a partir da iniciativa de grupos, entidades, moradores e sujeitos políticos organizados.
As experiências de planejamento em contexto de conflito social em discussão foram mapeadas pelo Núcleo Experimental de Planejamento Conflitual do Laboratório Estado, Trabalho, Território e Natureza – NEPLAC/ETTERN/IPPUR - com o objetivo de construir uma análise comparativa das diferentes abordagens e práticas que acionam o planejamento urbano como instrumento de luta em defesa de direitos em contexto de conflito social.
PROGRAMA PROVISÓRIO
Sessão 1 (04/10/2017) – Apresentação do curso.
Apresentação do curso e das expectativas dos alunos. Breve discussão sobre a reflexão acerca do planejamento urbano e do conflito social urbano que vem sendo desenvolvida pelo NEPLAC através de pesquisa bibliográfica e o levantamento das experiências de planejamento em contexto de conflito social.
Sessão 2 (11/10/2017) – Sistema social e conflito 1
Conflitos de classe, conflitos e consenso. Conflitos sociais, sociedade e história. Protestos, contestação e manifestações. Processos de mobilização política.
PARSONS, Talcott. “Social classes and class conflicts in the light of recent sociological theory”, in The American Economic Review, 1949.
TARROW, S. & TILLY, C. Contentious politics and social movements. Oxford University Press.
Sessão 3 (18/10/2017) – Sistema social e conflito 2
SIMMEL, Georg. “The Sociology of conflict”; in American Journal of Sociology 9 -
(1903): 490-525. (http://www.brocku.ca/MeadProject/Simmel/Simmel_1904a.html).
FISHER, R.; PATTON, B.; URY, W. A Como Chegar ao Sim. Como Negociar Acordos Sem Fazer Concessões.
Sessão 4 (25/10/2017) – Planejamento participativo no Brasil
Histórico e análise crítica dos processos de planejamento participativo no Brasil no século XX.
AVRITZER, Leonardo. Instituições participativas e desenho institucional: algumas considerações sobre a variação da participação no Brasil democrático. Opin. Publica vol.14 no.1 Campinas June 2008
FORESTER, John. Critical theory, public policy and planning practice. Toward a critical pragmatism. Albany, NY: State University of New York Press, 1993.
FORESTER, John. Planning in the face of power. In: APA Journal, winter 1982
Outros autores - complementar
Sessão 5 (01/11/2017) – Planejamento alternativo, radical e insurgente.
TANAKA, G. M. M. “Planejar para lutar e lutar para planejar”: possibilidades e limites do planejamento alternativo. Tese de doutorado. Rio de Janeiro: IPPUR/UFRJ, 2017. Ver Tópicos 4.2. e 4.3 e Capítulo 6.
Bibliografia complementar
ANGOTTI, Tom. Advocacy and Community Planning: Past, Present and Future. In: Progressive Planning Magazine: Race, Class & Recovery, n° 171, 2007. Disponível em: http://www.plannersnetwork.org/2007/04/advocacy-and-community-planning-past-present-and-future Acessado em: 03/03/2015.
HOLSTON, James. Spaces of insurgent citinzenship. In SANDERCOCK, Leonie. Making the invisibile visible: a multicultural planning history. Berkeley, University of Califórnia Press, 1998.
MIRAFTAB, Faranak. Insurgent planning: situating radical planning in the global South. In: Planning Theory, February, vol. 8, 2009.
Sessão 6 (08/11/2017) – Experiências de planejamento insurgente: Oriente Médio, Rio de Janeiro e Etc
YIFTACHEL, Oren; Baruch, Nili; Sammur, Said Abu;Sheer, Nava; Ben Arie, Ronen. A Master Plan for the Unrecognized Bedouin Villages in the Negev Selected Parts, 2013.
Experiências de Vila Autódromo, Vargem Grande, Vila da Paz, Dandara, Horto etc.
Bibliografia complementar
ROY, Ananya. Slumdog Cities: Rethinking Subaltern Urbanism. International Journal of Urban and Regional Research. Volume 35, Issue 2, pages 223–238, March 2011.
Sessão 7 (13/11/2017) 2ª feira – Ocupações como forma de insurgência e de construção de utopias
Movimentos de ocupação de espaços públicos e privados.
STAVRIDES, Stavros. Towards the City of Thresholds, 2010.
Autor: Stavros C. StavridesCities as Thresholds Stavros
GOLDFARB, Yamila. A luta pela terra entre o campo e a cidade. Reforma agrária, movimento sociais e novas formas de assentamentos. São Paulo: Annablume, 2011.
Apresentação e Introdução - págs. 13-42
Capítulo 3: O desenvolvimento dos assentamentos rurais e o caso das Comunas da Terra - págs. 103-135
Sessão 8 (22/11/2017) – Planejamento, insurgências e protagonismo feminimo
COSTA, Claudia de Lima. O Tráfico nas Teorias: Tradução Cultural e Prática Feminista. Actas de las VI Jornadas de Historia de las Mujeres y I Congreso Latinoamericano de Estudios de las Mujeres y de Género. Bs. As., IIEGE, 2000.( Em anexo).
SILVA, Natalia Alves da; FARIA, Daniela & PIMENTA. Feminismo e o Espaço Urbano: Apontamentos para o debate. São Paulo: Anais do XVII ENANPUR. Disponível em:
http://anpur.org.br/xviienanpur/principal/publicacoes/XVII.ENANPUR_Anais/ST_Sessoes_Tematicas/ST%209/ST%209.3/ST%209.3-02.pdf
MONTEIRO, Poliana; MEDEIROS, Mariana & NASCIUTTI, Luiza. Insurgência Feminina: a ética do cuidado e a luta contra a remoção. São Paulo: Anais do XVII ENANPUR. Disponível em:
http://anpur.org.br/xviienanpur/principal/publicacoes/XVII.ENANPUR_Anais/ST_Sessoes_Tematicas/ST%209/ST%209.3/ST%209.3-03.pdf
Leitura complementar:
SANDERCOCK, Leonie; FORSYTH, Ann. Feminist theory and planning theory: the epistemological linkages. In: Campbell, Scott; Fainstein, Susan. Readings in planning theory. Malden/Mass, Blackwell Publishers, 1996, pp. 471-478.
Sessão 9 (29/11/2017)– Remoções e resistências
Textos do Observatório de Conflitos, Observatório de Remoções, Comitê popular da Copa e Olimpíadas
MARQUES, Guilherme José Amílcar Lemos. Movimentos sociais urbanos: uma questão de classe?. 2015. Tese de Doutorado. Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional. Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Capítulo 1: O primeiro olhar - págs. 9-86
Sessão 10 (06/12/2017) – Seminário ETTERN
Experiências de planejamento em contexto de conflito social